Grandioso e ao mesmo tempo acessível, show de Alok deverá ter êxito global
Grandioso e ao mesmo tempo acessível, show de Alok deverá ter êxito global
por Camilo Rocha

"Queremos sua alma, seus pensamentos, seu olhar, sua câmera, seu estilo" são algumas das mensagens que aparecem no telão, em inglês. É com discurso crítico ao avanço da tecnologia que começa o bombardeio sensorial do show de Alok na Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo, no sábado (28). É uma noite de tempo ameno, e o estádio está tomado, com cerca de um quarto da pista em esquema open bar para convidados.
Como foi o show
O show faz parte da "Aurea Tour", que traz cenário e conceito diferentes dos famosos shows da Pirâmide (projetados para públicos acima de 200 mil pessoas). A cabine do DJ é ladeada por duas mãos prateadas gigantes.
Um dos destaques da "Aurea Tour' é a performance do grupo de dança Urban Theory. Em uma sequência de músicas, cerca de 50 dançarinos realizam coreografias com os braços em sincronia com o ritmo, com alguns movimentos que lembram a dança vogue. A estreia do grupo com Alok foi no festival americano Coachella, em abril.
O espetáculo integra o projeto-manifesto "Keep Art Human" (mantenha a arte humana, em português), que questiona a inteligência artificial na criação artística e celebra "a arte, a criatividade e o poder da imaginação humana", como definiu Alok em seu Instagram. O conceito foi desenvolvido pelo diretor criativo Fabião Soares, que trabalha com o DJ desde 2020.
O apoio visual é estonteante: projeções sofisticadas e futuristas, incluindo uma impressionante nave espacial, em um vasto telão com 4.000 placas de LED; fogos de artifício catárticos; baterias de lasers formando traçados geométricos no ar; e uma esquadrilha de drones criando desenhos gigantescos (segundo Alok, mil unidades iriam voar durante o show).
A apresentação em São Paulo teve duas partes distintas: a primeira metade é como um show mesmo, o DJ em uma plataforma alta, projeções temáticas, músicos convidados e números bem delimitados. Na segunda parte, Alok desce até a passarela que sai do palco e comanda um set no meio do público.
Nesse redemoinho de citações, ouvimos trechos de músicas de Tame Impala, Darude, Prodigy, Robin S e Beastie Boys. O show não se alonga em nada, há sempre algo novo acontecendo. O público pula, urra e levanta os braços. São pessoas de muitas idades diferentes, de jovens da geração Z a cabeças grisalhas.
A entrada de Gilberto Gil no palco é um momento especial: o cantor toca "Tempo Rei" no violão, sem batidas, brinca de DJ e solta gritinhos enquanto um remix de "Palco" sai dos alto-falantes. Ainda este ano, deve sair um EP com remixes de músicas de Gil feitas por Alok, como "Toda Menina Baiana" e "Maracatu Atômico".
Zeeba cantou o hit mundial 'Hear Me Now' e uma música inédita, mais uma parceria com Alok Imagem: Van Campos/AgNews
O repertório autoral de Alok tem destaque: o cantor Zeeba aparece de chapéu e roupas largas para uma interpretação emocionante do megahit "Hear Me Now"; a dupla também apresenta uma faixa inédita, "Dive into the Ocean", com pegada indie-pop e que será lançada este ano. O grupo de músicos indígenas The Future Is Ancestral também participou da apresentação, interpretando material do último álbum do DJ, de mesmo nome.
Grandioso e, ao mesmo tempo, acessível, o show de Alok tem tudo para se tornar um êxito global. A "Aurea Tour" já tem datas confirmadas em Portugal, Romênia e Malta.
Antes de Alok, se apresentaram Soulfie b2b Ric Rulie, Felguk b2b Subb, Bhaskar e Matuê. O evento começou às 14h.
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