BELOS DO FUTEBOL: RAÍ



Raí. Esse sim é um jogador de futebol que orgulha o Brasil, e que goza de um prestígio no exterior de que poucos atletas desfrutam.

RAÍ

Raí Souza Vieira de Oliveira, mais conhecido apenas como Raí (Ribeirão Preto, 15 de maio de 1965), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como meio-campista.[1]

Carreira

Infância

Nascido em Ribeirão Preto, é irmão do também ex-jogador Sócrates. Grande admirador dos filósofos gregos, o pai de Raí deu a seus três filhos mais velhos os nomes de SócratesSófocles e Sóstenes. Seu Raimundo queria que Raí se chamasse Xenofonte, mas sua mulher, Dona Guiomar, conseguiu dissuadi-lo da ideia.[2]

Botafogo-SP

Iniciou sua carreira no Botafogo de Ribeirão Preto, aos 15 anos,[3] omitindo o parentesco com o irmão famoso.[4] Em 1984 foi lançado no time principal, mas só se firmou com a chegada do técnico Pedro Rocha, no segundo turno do Campeonato Paulista do ano seguinte.[5][4] "O Pedro deu muita força", contou o jogador, em 1986. "Ele foi um grande meia-esquerda e passou-me vários ensinamentos."[5]

Ponte Preta

Passou pela Ponte Preta por empréstimo durante o Campeonato Brasileiro de 1986 e no ano seguinte voltou, durante o Campeonato Paulista, ao Botafogo. Foi convocado para a Seleção Brasileira e disputou a Copa América daquele ano.[6][4] Chegou a ser cobiçado pelo Corinthians,[7] especialmente depois de marcar três gols contra o Alvinegro, em abril de 1986,[8][9] mas foi contratado pelo São Paulo ainda em 1987, para o Campeonato Brasileiro.

São Paulo

Raí em 1993, durante treino do São Paulo

Sua estreia foi apenas na última rodada do primeiro turno, em 18 de outubro, na derrota por 1 a 0 para o Grêmio,[10] por causa de uma contusão na coxa direita que o deixara três meses fora dos gramados.[11] O seu primeiro gol pelo clube viria no terceiro jogo, na vitória por 2 a 0 sobre o Goiás.[12]

Em 1989 foi campeão pela primeira vez ao conquistar o Campeonato Paulista.

Antes da chegada do técnico Telê Santana, em outubro de 1990, o jogador tinha marcado apenas 26 gols em mais de três anos. Porém, depois que Telê passou a comandar o time, Raí marcou muitos gols: foram 28 em 1991, sendo 20 no Campeonato Paulista, quando conquistou a artilharia do Paulistão.[13][14]

Foi o capitão do time no Campeonato Brasileiro de 1991 e ajudou o São Paulo a conquistar seu terceiro título, em cima do Bragantino de Carlos Alberto Parreira. Nessa campanha, Raí foi o artilheiro do time, com sete gols,[15] fato que se repetiria no Brasileirão seguinte, no título do bicampeonato consecutivo da Libertadores, em 1993, e nos Campeonatos Paulistas de 1992 e 1993.[16]

Como campeão brasileiro, conquistou a Libertadores de 1992 contra o Newell's Old Boys, da Argentina. Foi decisivo ao marcar o gol que levou a final à decisão por pênaltis. Acertou a sua cobrança na disputa e, com a vitória tricolor, como capitão do time levantou o troféu diante de 120 mil torcedores no Estádio do Morumbi.[17][18][19]

Na disputa da Copa Intercontinental de 1992, no Japão, Raí marcou dois gols — sendo o primeiro com a barriga e o segundo em uma cobrança de falta[15] — e o São Paulo venceu o jogo contra o Barcelona, conquistando o título.[20][21] Raí foi eleito o melhor jogador do torneio.[22]

Na volta ao Brasil, o São Paulo ainda venceu a final do Paulistão, batendo o Palmeiras por 2 a 1. Nesse campeonato, Raí chegou a marcar cinco gols em um mesmo jogo, na vitória por 6 a 0 sobre o Noroeste, de Bauru, em 15 de outubro.[23]

No começo de 1993, foi vendido ao Paris Saint-Germain, da França, por 4,6 milhões de dólares,[24] mas ficou no Brasil até o meio do ano e conquistou ainda a Libertadores de 1993, marcando um gol de peito no primeiro jogo da final e novamente levantando o troféu.[25][26] No Paulista, o time ficou em terceiro lugar, e a despedida do meia foi em uma vitória por 6 a 1 sobre o Santos, em 3 de junho.[27]

Paris Saint-Germain

Chegou e transformou-se em um dos principais ídolos do clube.[28] Na sua primeira temporada, quando o PSG conquistou a Ligue 1 (Campeonato Francês) de 1993–94,[29] foi substituído na maioria de seus jogos e chegou até a frequentar o banco de reservas.[30] No entanto, seria um dos principais jogadores do time na conquista dos títulos da Recopa Europeia de 1996 (finalista em 1997), da Ligue 1 de 1995–96, da Copa da França de 1994–95 e de 1997–98, e da Copa da Liga Francesa de 1994–95 e 1997–98.[31][32]

Raí defendeu o Paris Saint-Germain entre 1993 e 1998. Foi capitão da equipe e o cérebro do time durante toda sua estadia. Em sua cinco temporadas jogou 204 partidas e marcou 71 gols.[33]

Em 2020, Raí foi eleito o maior jogador da história do clube francês. A votação foi promovida pelo Paris Saint-Germain em comemoração aos seus 50 anos, e contou com 2,5 mil votantes, dos quais 30% foram ex-jogadores, técnicos e dirigentes, 30% foram jornalistas e 40% foram sócios. Raí foi o primeiro em todos os grupos.[34]

Retorno ao São Paulo

Raí ainda voltou ao São Paulo em 1998, e sua reestreia foi contra o Corinthians, já na final do Campeonato Paulista daquele ano: ele fez um gol de cabeça e foi campeão no mesmo dia em que desembarcou no país. Mas em um jogo contra o Cruzeiro, em 9 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro, Raí rompeu os ligamentos no tornozelo após uma entrada de Wilson Gottardo e teve de ficar mais de um ano parado.[35]

Enquanto se recuperava, separou-se da esposa Cristina, depois de quinze anos de casamento.[36] Nessa mesma época, depois de ser pai com apenas 17 anos, Raí foi avô aos 33.[37] Quando voltou, ficou na reserva durante boa parte do Campeonato Brasileiro de 1999, recuperando-se gradativamente ao longo da competição.[38]

O último gol de Raí como profissional foi em 27 de junho de 2000, diante do Palmeiras, no Palestra Itália.[39] Sua última partida antes de se retirar dos gramados foi pouco menos de um mês depois, em 22 de julho, em uma derrota por 3 a 1 para o Sport em João Pessoa, pela Copa dos Campeões.[40] Ele é considerado um dos jogadores mais importantes da história do clube.[13]

Seleção Nacional

Pela Seleção Brasileira, entretanto, não teve tanto destaque como no São Paulo. Jogou 51 partidas pelo Brasil, marcando dezesseis gols, incluindo um de pênalti no jogo contra a Rússia pela primeira fase da Copa do Mundo FIFA de 1994, torneio em que jogou com a camisa 10. Nessa Copa, foi titular nos três primeiros jogos do time, quando também era seu capitão, posto que passou para Dunga quando saiu do time titular.[41] Além disso, entrou no segundo tempo contra os Países Baixos, nas quartas de final, e atuou na vitória por 1 a 0 contra a Suécia, nas semifinais.[42]

Pós-aposentadoria

Em 2005, foi um dos convidados de honra do São Paulo para acompanhar o time na disputa do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA.[43] Raí chegou a tempo de acompanhar o jogo do tricolor na semifinal do Mundial, realizado no Japão. O atraso deveu-se a um compromisso do ex-jogador com o governo francês, para discutir projetos da Fundação Gol de Letra. Para a surpresa de Raí, ele ainda reviveu a sua época de jogador ao participar do penúltimo treino (que também seria o último rachão do ano) do São Paulo antes da final do Mundial.[44]

Atualmente, dirige uma entidade filantrópica de ajuda às crianças chamada Fundação Gol de Letra, ao lado de seu ex-companheiro de São Paulo e Paris Saint-Germain, Leonardo. Em 2006, junto com outros atletas, criou a organização Atletas pela Cidadania, que se dedica a defender causas sociais.

No dia 7 de dezembro de 2017, foi anunciado como novo executivo de futebol do São Paulo.[45] Deixou o cargo em 1 de fevereiro de 2021, após a demissão do treinador Fernando Diniz.[46]

Títulos

São Paulo
Paris Saint-Germain
Seleção Brasileira

Prêmios individuais

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